Todo imóvel é um investimento híbrido de dívida-ativo. Dívida, pois o recebimento dos aluguéis se assemelha a um título perpétuo que paga cupons mensalmente. E ativo, pois o valor do imóvel varia de acordo com as condições econômicas onde está inserido.
Não vou fazer considerações sobre a qualidade do imóvel, nem sobre a qualidade do inquilino neste post. Somente farei as considerações financeiras.
Quando um investidor compra um imóvel com 0,9 % de rentabilidade ao mês (equivalente a 11,35% ao ano), na verdade ele esta comprando rendimentos mensais que terão reajustes anuais do IGP-M no valor dos aluguéis e além disso terá o ativo.
Caso ao final de um, dois cinco, ou vinte anos, o investidor revenda para um investidor que busque a mesma rentabilidade que ele, ou seja 0,9% a.m. também terá no mínimo um reajuste de IGP-M no valor do ativo. Façamos as contas: se o imóvel é alugado por 90 mil R$ ele valerá 10 milhões R$. Ao final do ano, caso o reajuste do IGP-M seja 6% a.a. o aluguel passará para 95,4 mil R$ e o valor do ativo passará para 10,6 milhões R$, na possibilidade de revenda a uma taxa de 0,9% a.m.
O resultado dessa aplicação é de 11,35% a.a. mais 105% do IGP-M. Nos últimos anos a variação do IGP-M foi entre 6 e 10% a.a. Então essa aplicação varia entre 17,65% e 21,85% a.a.
Eu vou apresentar os dados referentes ao aluguel de um apartamento residencial alugado por 0,3% a.m. (considerado baixo no mercado) não por julgar o leitor incompetente para fazer as contas, mas para calar de vez os pseudo-economistas que dizem que comprar um apartamento residencial é pior que investir na poupança:
O resultado da aplicação seria de 3,36% mais 105% do IGP-M. Então essa aplicação varia entre 9,96% a.a. e 14,16% a.a.
Financeiramente, a aquisição de um imóvel com renda é uma forma de gerar capital para suprir as necessidades do cotidiano sem perder parte do patrimônio. Você conserva o seu patrimônio e faz usufruto da renda no seu dia-a-dia.